terça-feira, 28 de novembro de 2023

Desempenho de Mandantes e Visitantes no Campeonato Brasileiro de 2023 (35a. rodada.)

 Desempenho dos Mandantes no Brasileirão (até a 35a rodada)

                   Clube     %  PG   J   V   E   D  GP  GC  SG
1             Fluminense  79.6  43  18  13   4   1  31  15  16
2                 Grêmio  74.5  38  17  12   2   3  31  15  16
3              Palmeiras  74.5  38  17  12   2   3  30  12  18
4              São Paulo  72.2  39  18  12   3   3  28  13  15
5    Red Bull Bragantino  68.6  35  17  10   5   2  26  12  14
6               Botafogo  66.7  36  18  11   3   4  36  17  19
7   Athletico Paranaense  64.8  35  18   9   8   1  30  19  11
8               Flamengo  62.7  32  17   9   5   3  24  12  12
9       Atlético Mineiro  61.1  33  18  10   3   5  26  15  11
10             Fortaleza  55.6  30  18   8   6   4  27  20   7
11         Internacional  53.7  29  18   8   5   5  27  20   7
12           Corinthians  51.9  28  18   6  10   2  25  21   4
13         Vasco da Gama  51.0  26  17   8   2   7  20  18   2
14                 Bahia  51.0  26  17   7   5   5  25  19   6
15                Santos  49.0  25  17   6   7   4  25  23   2
16                Cuiabá  41.2  21  17   5   6   6  20  20   0
17              Cruzeiro  35.3  18  17   4   6   7  12  15  -3
18                 Goiás  35.2  19  18   4   7   7  18  25  -7
19              Coritiba  29.4  15  17   4   3  10  15  24  -9
20       América Mineiro  25.9  14  18   4   2  12  18  36 -18

 

 Desempenho dos Visitantes no Brasileirão (até a 35a rodada)

                   Clube     %  PG   J   V  E  D  GP  GC  SG
1               Flamengo  57.4  31  18   5  4  9  30  25   5
2       Atlético Mineiro  52.9  27  17   4  6  7  20  12   8
3               Botafogo  51.0  26  17   5  5  7  20  16   4
4                 Cuiabá  50.0  27  18   7  3  8  16  15   1
5               Cruzeiro  48.1  26  18   6  5  7  21  15   6
6              Palmeiras  46.3  25  18   5  7  6  28  20   8
7    Red Bull Bragantino  44.4  24  18   6  6  6  20  19   1
8                 Grêmio  38.9  21  18   9  3  6  26  38 -12
9                 Santos  33.3  18  18  10  3  5  13  33 -20
10  Athletico Paranaense  33.3  17  17   8  5  4  17  20  -3
11         Internacional  33.3  17  17   8  5  4  12  23 -11
12           Corinthians  31.4  16  17   9  4  4  15  23  -8
13                 Goiás  31.4  16  17   9  4  4  16  25  -9
14         Vasco da Gama  29.6  16  18   8  7  3  16  26 -10
15             Fortaleza  29.4  15  17  10  3  4  13  22  -9
16                 Bahia  27.8  15  18  11  3  4  19  29 -10
17              Coritiba  25.9  14  18  12  2  4  24  44 -20
18            Fluminense  19.6  10  17  11  4  2  15  28 -13
19             São Paulo  15.7   8  17   9  8  0   9  23 -14
20       América Mineiro  13.7   7  17  10  7  0  21  38 -17

 

Disclaimer: Fiz estas tabelas em um projeto de Data Science inspirado na matéria do 'globo esporte - Espião Estatístico': https://ge.globo.com/espiao-estatistico/noticia/2023/11/27/rankings-mostram-desempenhos-de-mandantes-e-visitantes-no-brasileirao-em-toda-a-temporada-2023.ghtml. Recomendo a leitura das matérias do 'Espião Estatístico'.

Observe que aqui apresento o % de aproveitamento dos clubes (coluna '%') com uma casa decimal.


segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Possível classificação final do Campeonato Brasileiro de 2023 (35a. rodada).

1Palmeiras ou Flamengo
2Flamengo ou Palmeiras
3Botafogo
4
Atlético Mineiro ou Red Bull Bragantino
5
Red Bull Bragantino ou Atlético Mineiro
6
Grêmio
7Athletico Paranaense
8Fluminense
9Cuiabá
10São Paulo
11Internacional
12Fortaleza ou Corinthians
13Corinthians ou Fortaleza
14Cruzeiro ou Santos
15Santos ou Cruzeiro
16Vasco da Gama ou Bahia
17Bahia ou Vasco da Gama
18Goiás
19Coritiba
20América Mineiro

Publicado às 23:09 de 27/11/2023.

Revisado às 15:45  de 28/11/2023.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Coleção Questões ANPEC: a melhor preparação para o exame.

A Coleção Questões ANPEC é uma ferramenta indispensável para quem deseja se preparar para o exame ANPEC. A coleção é composta por cinco livros: Estatística, Matemática, Microeconomia, Macroeconomia e Economia Brasileira. Os livros de Estatística, Matemática, Microeconomia e Macroeconomia estão em sua décima edição, enquanto o livro de Economia Brasileira está em sua sétima edição.  A editora GEN Atlas está oferecendo um desconto de 50% para os que adquirirem TODOS os livros, exclusivo em formato e-book, em seu site (https://www.grupogen.com.br/). Para obter o desconto, use o cupom: N-ANPEC50.





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Por que a independência dos bancos centrais é importante?

Um banco central independente é uma instituição financeira sem vínculos com outras organizações ou interferências políticas, responsável por conduzir a política monetária de um país. Esta independência permite que ele atue de forma objetiva e imparcial na condução da política monetária. 

A independência do banco central é fundamental para a estabilidade financeira, pois permite que as decisões sejam tomadas com base em objetivos econômicos de longo prazo, sem interferências políticas ou outras influências externas. Nos últimos anos, a importância da independência dos bancos centrais tem aumentado enquanto os governos buscam estabilizar suas economias. Isso é especialmente relevante em momentos específicos, como durante períodos eleitorais, quando as decisões econômicas importantes podem ser afetadas por pressões políticas. 

Os bancos centrais independentes têm autonomia ampla para estabelecer taxas de juros e controlar a oferta de moeda, o que contribui para manter a estabilidade de preços e evitar pressões inflacionárias intensas ou prolongadas. A independência dos bancos centrais tem dois objetivos principais. Em primeiro lugar, permite uma implementação mais eficiente das políticas monetárias, eliminando conflitos potenciais entre interesses políticos e econômicos. Em segundo lugar, fortalece a confiança do público nos mercados financeiros, garantindo que as decisões sejam baseadas em critérios objetivos e sem motivações políticas. 

Além disso, a independência proporciona maior flexibilidade na definição de taxas de juros, oferta monetária e outros elementos-chave da política monetária. Ao delegar essas decisões a um órgão independente, em vez de políticos ou funcionários do governo, há menor risco de viés em relação a grupos ou agendas específicos, o que pode evitar pressões inflacionárias desnecessárias. 

Além disso, os bancos centrais independentes tendem a ser mais transparentes ao tomar decisões e realizar operações importantes, como estabelecer taxas de juros e ajustar a oferta de moeda, o que mantém a confiança da sociedade e de investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros, em suas ações. No entanto, é importante lembrar que a independência do banco central não significa que ele esteja completamente desvinculado das preocupações e interesses políticos, já que suas ações podem ter implicações econômicas e sociais significativas. Além disso, eles podem ser influenciados pelo ambiente político e econômico em que operam, e podem ser solicitados a agir em situações de crise ou para atender a necessidades específicas do mercado. 

A independência do banco central é desejável, pois ajuda a proteger a economia contra efeitos inflacionários oriundos de política fiscal expansionista. Além disso, limita o poder do governo de influenciar diretamente a economia e aumenta o equilíbrio na condução da política monetária e fiscal. No entanto, é importante destacar que a independência do banco central tem uma contrapartida em relação à condução das políticas fiscais, pois os bancos centrais são obrigados a permanecer neutros em relação a essas atividades. 

Em alguns momentos específicos, no entanto, os bancos centrais podem precisar intervir em aspectos relacionados à gestão da dívida, como por exemplo, durante a implementação de medidas de flexibilização quantitativa durante ciclos de recessão, mas não podem influenciar diretamente nas decisões de alocação de recursos ou nas estruturas fiscais. 

Em resumo, a independência do banco central é fundamental para garantir a estabilidade monetária e financeira e a confiança no sistema monetário, promover a eficiência e a integridade dos mercados financeiros, e fomentar o crescimento econômico a longo prazo. No entanto, essa independência precisa ser equilibrada com medidas que permitem garantir a responsabilidade e o compromisso perante a sociedade e o governo, bem como a transparência do banco central. 

 

[Este artigo também está publicado no instituto millenium: https://www.institutomillenium.org.br/por-que-a-independencia-dos-bancos-centrais-e-importante/]

quarta-feira, 31 de março de 2021

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Análise técnica do Ibovespa (05 de junho de 2020).



Aviso/Disclaimer: As informações contidas neste espaço são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o autor de de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado.

Desde 23/03/2020 (quando atingiu a mínima no ano por conta dos primeiros desdobramentos devido à Covid-19) percebe-se uma recuperação do Ibovespa, que vem desde então sistematicamente apresentando topos e fundos cada vez maiores, e desde 14/05/2020 vem apresentando um canal de alta de curtíssimo prazo, cujo suporte se encontra no entorno dos 90.000 pontos que, se rompido, deve perseguir o suporte do nível do último topo formado, aos 83.400 pontos. Se respeitar este suporte então pode ganhar força para buscar a resistência dos 100.000 que, se rompida, pode levar os preços de volta ao patamar dos 108.800 e a seguir aos 120.000. 

O índice de força relativa aos 73,50 combinados com alargamento das bandas de Bollinger com preços tocando a borda podem sugerir o início de uma pequena lateralização, ou mesmo realização de lucros caminhando rumo aos 84.700 pontos (média móvel de 20 dias) muito embora a retomada da economia possa dar continuidade ao movimento, especialmente se romper a resistência dos 100.000. Vale notar que candle de hoje tocou a média móvel de 125 dias (6 meses), embora a figura sugira um pequeno martelo invertido, indicando um movimento de realização. 

Há que se lembrar que os números de óbitos da covid-19 tem registrado crescimento em um momento em que cidades começam a flexibilizar o isolamento. Se tais números continuarem em ascenção e um novo movimento de isolamento surgir isso pode conter os ânimos dos investidores e levar a uma realização de curto prazo vindo a testar os suportes.

Suportes: 90.000, 84.700, 83.400, 78.250, 75.400 e 68.700.
Resistências: 97.500, 100.000, 108.800 e 120.000.




domingo, 24 de maio de 2020

Rankings da Covid-19 por Estados do Brasil - 2020/05/24

[Clique nas imagens para ampliá-las!]

Casos confirmados acumulados da covid-19 por Estados do Brasil:



Casos confirmados acumulados por 1 milhão de habitantes da Covid-19 por Estados do Brasil:


Óbitos acumulados da Covid-19 por Estados do Brasil:


Óbitos acumulados por 1 milhão de habitantes da Covid-19 por Estados do Brasil:


sexta-feira, 12 de abril de 2019

Ganhos em operações a "seco" da compra de put da Petrobrás

Este post, de caráter apenas didático - bastante relacionado a um post recente (AQUI) - tem o propósito de ilustrar a possibilidade de um ganho extraordinário no mercado de opções (neste caso, opções de venda) envolvendo a compra a "seco" de opções de venda (puts) sobre ações que estão muito "fora do dinheiro". É bom lembrar e ressaltar que esta é uma das operações mais arriscadas para os investidores no mercado de opções (embora a perda máxima esteja restrita ao montante investido). Portanto, nem de longe estaria sendo considerada como uma possibilidade de investimento. Post didático.

No jargão do mercado de opções, a expressão "seco" refere-se à situação em que uma put é adquirida sem quaisquer travas que possam limitar as eventuais perdas caso ocorra uma revés na cotação da ação subjacente (que deixaria o trader em uma exposição bastante desfavorável). Por sua vez a expressão "fora do dinheiro" é uma referência que se faz às puts cujos preços de exercício são inferiores ao preço da ação subjacente no momento em que são adquiridas. Diversos fatores estão por trás do preço (prêmio) de uma put: o preço da ação subjacente, o preço de exercício, o tempo que falta para o vencimento (quando a opção é expirada e a partir de então perde o seu valor), a taxa de juros livre de risco e a volatilidade implícita do preço das ações subjacentes. Os modelos teóricos de apreçamento de puts (destacadamente o modelo Black-Scholes) baseiam-se não apenas nestes fatores mas também em probabilidades que estão relacionadas ao preço da ação subjacente. Quando se adquire uma put muito "fora do dinheiro", paga-se um preço muito baixo e em contrapartida a probabilidade de que o trader venha a alcançar ganhos significativos é muito baixa. Por isto muitos comparam (com razão) a compra a "seco" de puts muito "fora do dinheiro" a jogos de azar. De fato, como já foi mencionado no início deste post, não é nada recomendável a compra a "seco" de puts muito "fora do dinheiro". Mas existem algumas raras ocasiões em que a compra a "seco" de uma put "fora do dinheiro" pode propiciar uma exposição menor ao risco da posição. Tal foi o que ocorreu no pregão desta sexta-feira, 12 de abril de 2019, em que as ações da Petrobrás chegaram a cair mais de 8% (ao final do dia as ações registraram queda de 7,75%, passando de R$28,00 do fechamento da véspera para R$25,83 do fechamento de hoje), uma reação do mercado à suspenção do reajuste do diesel de 5,74%, anunciado ontem à tarde pela Petrobrás.

Tal movimento prociciou a oportunidade de ganhos de até 2.525% em operações envolvendo a compra a "seco" de puts sobre PETR4 "fora do dinheiro". Este ganho máximo foi propiciado pela compra de PETRP274, que na véspera (11/04/2019) fechou cotada a R$0,04 por ação (com vencimento em 15/04/2019, preço de exercício de R$ 26,75 e que é do tipo Europeia - i.e. pode ser exercida até a data de vencimento - e exatamente hoje encerram-se as operações deste papel) caso tivesse sido vendida ao preço máximo de R$ 1,05, alcançado hoje (12/04/2019). 

Se aquela moça que disse que tinha R$1.520,00 há 3 anos atrás tivesse aplicado em ações, e conseguisse uma taxa de 9,5% a.m., então teria ontem perto de R$40.000,00 e se lhe fosse possível alocar estes recursos na compra desta opção de venda no fechamento de ontem alcançaria, na máxima de hoje, R$1.050.000,00.

A Figura abaixo ilustra o payoff teórico, para o fechamento do dia 11 de abril de 2019 (ontem), desta put (PETRP274) baseado no modelo Black-Scholes (linha pontilhada em azul) e o payoff na data do vencimento, 15 de abril de 2019 (linha cheia em vermelho). Os parâmetros utilizados foram: preço de exercício igual a 26.75, tempo que falta para o vencimento igual a 5 dias, taxa de juros livre de risco (taxa Selic) igual a 6,5% e volatilidade implícita do preço da PETR4 igual a 30%.


Elaborado por Paulo C. Coimbra a partir de dados divulgados pela B3 e pelo Bacen.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Day trade da compra a "seco" de uma call "fora do dinheiro"

Este post, de caráter apenas didático,  tem o propósito de ilustrar uma operação de day trade envolvendo a compra a "seco" de opções de compra (calls) sobre ações que estão muito "fora do dinheiro". É bom ressaltar que esta é uma das operações mais arriscadas para os investidores no mercado de opções (embora a perda máxima esteja restrita ao montante investido). Portanto, nem de longe estaria sendo considerada como uma possibilidade de investimento. Post didático.

No jargão do mercado de opções, a expressão "seco" refere-se à situação em que uma call é adquirida sem quaisquer travas que possam limitar as eventuais perdas caso ocorra uma revés na cotação da ação subjacente (que deixaria o trader em uma exposição bastante desfavorável). Por sua vez a expressão "fora do dinheiro" é uma referência que se faz às calls cujos preços de exercício são superiores ao preço da ação subjacente no momento em que são adquiridas. Diversos fatores estão por trás do preço (prêmio) de uma call: o preço da ação subjacente, o preço de exercício, o tempo que falta para o vencimento (quando a opção é expirada e a partir de então perde o seu valor), a taxa de juros livre de risco e a volatilidade implícita do preço das ações subjacentes. Os modelos teóricos de apreçamento de calls (destacadamente o modelo Black-Scholes) baseiam-se não apenas nestes fatores mas também em probabilidades que estão relacionadas ao preço da ação subjacente. Quando se adquire uma call muito "fora do dinheiro", paga-se um preço muito baixo e em contrapartida a probabilidade de que o trader venha a alcançar ganhos significativos é muito baixa. Por isto muitos comparam (com razão) a compra a "seco" de calls muito "fora do dinheiro" a jogos de azar. De fato, como já foi mencionado no início deste post, não é nada recomendável a compra a "seco" de calls muito "fora do dinheiro". Mas existem algumas raras ocasiões em que a compra a "seco" de uma call "fora do dinheiro" pode propiciar uma exposição menor ao risco da posição. Tal foi o que ocorreu neste inédito pregão desta quarta-feira, 02 de janeiro de 2019, em que o Ibovespa ultrapassou pela primeira vez os 90.000 pontos embalado pela euforia do mercado com o início do governo Bolsonaro e pelas perspectivas de uma gestão pró-mercado da equipe econômica comandada pelo liberal "Chicago old" Paulo Guedes. Somente neste primeiro pregão do ano as ações preferenciais da Petrobrás (PETR4) subiram 6,08% (dentre as blue-chips a liderança coube à Eletrobrás, que chegou a subir 20%, dada a animação do mercado ante a expectativa de sua privatização). 

 A figura 1 apresenta dados intradiários de PETR4 (com cotações a cada hora)  e ilustra bem o movimento ascendente da ação ao longo do dia. 

Elaborado por Paulo C. Coimbra a partir de dados de PETR4 divulgados pelo site UOL Economia.

Tal movimento prociciou a oportunidade de ganhos superiores a 100% em operações envolvendo a compra a "seco" de calls sobre PETR4 "fora do dinheiro". Por exemplo, um trader que tivesse adquirido na abertura dos negócios - pelo preço de R$0,34 por ação - a call PETRA25 (sobre PETR4 com vencimento em 21/01/2019, preço de exercício de R$ 24,25 e que é do tipo Americana - i.e. pode ser exercida a qualquer momento até a data de vencimento) e tivesse vendido pelo último preço (R$0,83) teria alcançado um ganho de 144,4% nesta operação de day-trade. 

 A Figura 2 ilustra o payoff teórico, para a abertura do dia 03 de janeiro de 2019, desta call (PETRA25) baseado no modelo Black-Scholes (linha pontilhada em azul) e o payoff na data do vencimento, 21 de janeiro de 2019 (linha cheia em vermelho). Os parâmetros utilizados foram: preço de exercício igual a 24.25, tempo que falta para o vencimento igual a 19 dias, taxa de juros livre de risco (taxa Selic) igual a 6,5% e volatilidade implícita do preço da PETR4 igual a 40%.

Elaborado por Paulo C. Coimbra a partir de dados divulgados pela B3 e Bacen.

A figura 2 ilustra bem os riscos envolvidos nesta operação caso ocorra um revés nos preços da ação subjacente, PETR4. Se, coeteris paribus, a cotação de PETR4 cair R$1,00, passando a R$23,06 (uma queda de 4,16%) então PETRA25 iria, em teoria, passar a valer R$0,42 (uma queda ligeiramente superior a 50%). Além disso, na medida que o tempo passa e se aproxima da data do vencimento, a curva pontilhada e em azul vai se aproximando da curva cheia e em vermelho. 

Carregando a posição até o vencimento: se o preço de PETR4 na data de vencimento (21 de janeiro de 2019) não for superior à R$24,59 (o que requer uma valorização extra de 2,20%) então carregar a posição de compra a "seco" da call PETRA25 resultará em prejuizo. Se a cotação de PETR4 no vencimento for igual ou inferior a R$24,25 então o prejuizo será total.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Um hipotético stradle às vésperas da queda do Facebook


A maior queda registrada em uma empresa negociada em bolsa de valores (em termos absolutos) ocorreu nesta última quinta, 26/07/2018. O Facebook registrou perdas de US$ 119,3 bihões, em decorrência dos resultados financeiros apresentados para o segundo trimestre. As ações caíram de US$ 217.50 para US$ 176.26 (ou 18,96%). Para se ter uma ideia aproximada do que esse valor representa, o valor de mercado da Petrobras está avaliado em US$ 74,5 bilhões! Uma das notícias mais alardeadas em função desta queda, foi a perda de US$ 15.4 bilhões de seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg, que perdeu duas posições entre os mais ricos do mundo, passando ao 6o lugar com US$ 67.1 bilhões.

Mas, há que se observar o importante fato de que nesta sexta (27/07/2018) ocorrerá vencimento no mercado de opções. Um hipotético investidor que tivesse comprado nas proximidades do fechamento de quarta-feira (25/07/2018) opções de compra do Facebook com preço de exercício de US$ 215.00, pagando por elas US$ 7.65 por opção teria, ao final do pregão da quinta-feira (26/07/2018) apenas US$ 0.01 por cada opção (o que corresponde a uma desvalorização de 99,87%). Por outro lado, um hipotético afortunado que tivesse comprado opções de venda do Facebook com preço de exercício de US$ 185.00 por opção pagando a bagatela de US$ 0.13 por opção se deparou com incríveis 6.745,15% a mais em 24 horas, que passou a valer, no fechamento desta quinta US$ 8.90!

Para se ter uma ideia mais razoável do que estes números representam, consideremos os dados de fechamento desta quarta-feira (25/07/2018) e quinta-feira (26/07/2018) e suponhamos que um hipotético investidor dispusesse de cerca de US$ 21,750.00 na quarta-feira… Se tivesse comprado 100 ações do Facebook, teria acompanhado Zuckerberg e perdido 18,96% em 1 dia, passando a US$ 17,626.00 na quinta-feira. Mas, se ao invés disso tivesse utilizado os mesmos recursos e montado um stradle (que consiste na compra de opções de compra e na compra de opções de venda com mesmo preço de exercício) com preço de exercício de US$ 215.00, isto teria lhe custado US$ 12.27 por cada par de opções (as opções de compra poderiam ter sido adquiridas no fechamento por US$ 7.66 enquanto as opções de venda por US$ 4.61). Se fosse possível utilizar os mesmos US$ 21,750.00 (na realidade US$ 21,742.44) ele poderia ter comprando 1.772 opções de compra e outras 1.772 opções de venda na quarta e então, na quinta, o stradle estaria valendo US$ 38.86 (nesta quinta, as opções de compra passaram a valer US$ 0.01 e as opções de venda passaram a valer US$ 38.85), ou seja, US$ 68,867.48 (ganho de 216,63%)! Digamos que é como se tivesse trocado (nos EUA) um Jeep Compass - modern adventure por um BMW M3… nada mal, não é?! Assim é o mercado financeiro… tristezas de uns e alegrias de outros!






sexta-feira, 17 de março de 2017

Long Condor em Vale.

Condor é uma “operação alvo”, na qual, quando é montada, aposta-se que o preço do ativo subjacente se situará em um intervalo e não sofrerá grandes variações (positivas ou negativas) em relação ao intervalo alvo, nas proximidades da data do vencimento. 

Na prática, a montagem de um condor envolve quatro opções de compra (calls) com preços de exercício distintos. Consiste na compra de um lote das opções de compra com o menor preço de exercício e com o maior preço de exercício e na venda de um lote de cada uma das opções de compra com os preços de exercício intermediários, sendo que o alvo é o que o preço da ação se situe entre os preços das opções de compra com preços de exercício intermediários. 

Com a finalidade de ilustrar essa operação para os meus alunos do curso de Apreçamento de ativos, derivativos e riscos, ministrado na graduação de Ciências Econômicas da UFJF, eu acompanhei a montagem de um condor, com os dados do fechamento, em 03/03/2017, sobre as calls VALEC31, VALEC32, VALEC33 e VALEC34, até hoje (17/03/2017). O resultado é que a operação poderia ser zerada (carregando até o fim das operações no pregão normal) com ganhos acumulados de 205,6% (claro, é um estudo e não estamos considerando aqui custos de transação, questões ligadas às indivisibilidades na compra das calls, etc...).

Confira os resultados (AQUI).

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Crisis? What crisis?

Tomei emprestado, para o título deste post, o nome do 4o álbum (de 1975) do Supertamp (uma de minhas bandas favoritas de rock progressivo)!

Acompanhamos a trajetória de um pequeno exportador que buscou se hedgear com a venda de contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ (confira a montagem da operação AQUI e a análise da evolução desta operação AQUI). Contratos futuros não são exclusivamente destinados a investidores com a finalidade de hedge. Consideremos um pequeno investidor que tivesse investido R$ 38.414,78 em 31/12/2015 na compra de Tesouro IPCA+2035 (ao preço de R$ 697,94 por cada unidade deste título público). Então este investidor teria, em 17/06/2016, R$ 51.090,00 (preço a R$ 928,23 por cada unidade deste título público), que poderia servir de margem inicial para a venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$. Ocorre que além de se beneficiar dos ganhos acumulados na conta margem, entre 17/06/2016 e 30/06/2016, que como vimos totalizaram R$ 25.020,00, também se beneficiaria da valorização de R$ 1.590,66 da sua aplicação, no mesmo período, no Tesouro IPCA+2035 (que em 30/06/2016 estava com o preço de R$ 957,13 por cada unidade desse título público). Assim, se o nosso pequeno investidor tivesse aplicado, em 30/12/2015, R$ 38.414,78 na compra do título público Tesouro IPCA+2035 e em 17/06/2016, tivesse utilizado o montante alcançado nesse título (no valor de R$50.900,00) como margem para a venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$, alcançaria, em 30/06/2016, um total de R$ 77.770,66, que representa um ganho acumulado de R$ 39.285,88, ou 102,27 % no primeiro semestre de 2016, envolvendo apenas duas operações!

Detalhe, se o nosso bem sucedido investidor tivesse investido em 22/01/2016, R$ 36.264,36 no Tesouro IPCA+2035 (quando ofereceu a maior taxa acima do IPCA em 2016, a 7,78% a.a., com preço de compra de R$658.87), alcançaria o mesmo montante final de R$ 77.770,66, em 30/06/2016, o que representa um ganho acumulado de R$ 41.436,30, ou 114,26% em pouco mais de 5 meses!

Tesouro IPCA+2035... estudaremos mais sobre este e outros títulos publicos oferecidos pelo Tesouro Direto (confira o excelente site do Tesouro Direto AQUI) em futuros posts aqui neste blog!

Vale lembrar que é fundamental fazer uma análise de risco cuidadosa e detalhada de cada operação, o que também será objeto de estudo de futuros posts aqui neste blog!

Finalmente, vale observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado. Confira o aviso/disclaimer neste blog.

Hedge com contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ (final)

Em 22/06/2016 (AQUI) foi apresentado uma operação envolvendo contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$, onde ilustramos a situação de um exportador que estava preocupado com a possibilidade de valorização da taxa de câmbio do real em relação ao dólar comercial até o momento (futuro) em que estava para receber dólares e convertê-los para reais (em 01/07/2016) .

Consideramos a possibilidade de que o nosso pequeno exportador estivesse aguardando receber US$ 100,000.00 em 01/07/2016 e,  visando se proteger ante a uma eventual perda decorrente da valorização na cotação futura da taxa de câmbio de reais por dólar comercial, tenha decidido (em 17/06/2016) vender 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ com vencimento em 01/07/2016 (código WDON16) por R$ 3.460,00 / (1.000 x US$). Vimos que apesar do volume financeiro da operação ter sido de R$ 346.000,00 era necessário que se dispusesse apenas de 15% desse valor, R$ 51.090,00 para ser utilizado como margem inicial nesta operação.

A tabela a seguir apresenta, de 17/06/2016 até 30/06/2016, o preço de ajuste, o valor de ajuste e a posição na conta margem e a valorização/desvalorização acumulada na conta margem, lembrando que como o nosso exportador está numa posição vendida então ajustes negativos representam créditos e ajustes positivos representam débitos em sua conta margem.

As fórmulas utilizadas para o cálculo do valor do ajuste diário no dia em que a operação é montada e nos dias subsequentes (que prevalecem até a data anterior ao vencimento) foram apresentadas no post anterior (AQUI).


Tabela 1 - Acompanhamento da conta margem do nosso exportador

    Data             Preço de ajuste   Valor do ajuste   Posição na     Valorização/
                       [R$/(1.000 US$)]      diário (R$)          conta        desvalorização
                                                                              margem (R$)   acumulada

17/06/2016          3.439,2250          -2.077,50          53.167,50           4,07 %
20/06/2016          3.405,5700          -3.365,50          56.533,00         10,65 %
21/06/2016          3.402,789               -278,10          56.811,10         11,20 %
22/06/2016          3.385,442            -1.734,70          58.545,80         14,59 %
23/06/2016          3.358,494            -2.694,80          61.240,60         19,87 %
24/06/2016          3.380,278             2.178,40          59.062,20         15,60 %
27/06/2016          3.402,573             2.229,50          56.832,70         11,24 %
28/06/2016          3.307,459            -4.511,40          61.344,10         20,07 %
29/06/2016          3.245,142          -11.231,70          72.575,80         42,05 %
30/06/2016          3.209,800            -3.534,20          76.110,00         48,97 %

Fonte dos preços de ajuste do contrato futuro mini de taxa de câmbio R$/US$: BMF&Bovespa.



Assim, o nosso pequeno exportador acumularia um ganho de R$ 25.020,00 na venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ e se vendesse os US$ 100,000.00 recebidos neste dia 01/07/2016 pela cotação de abertura (R$ 3,2244 / US$, às 09:09) teria em sua conta R$ 347.460,00 (soma dos ganhos decorrentes da venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ com a venda dos US$ 100,000.00), valor 0,42% acima dos R$ 346.000,00 que ele desejou alcançar quando montou a sua operação de hedge.

Finalmente, vale observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado. Confira o aviso/disclaimer neste blog.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Brexit precificado.

A decisão pela saída da Grã-Bretanha da União Européia quebrou o ritmo da euforia desencadeada nos mercados mundo afora desde o início da semana (após o resultado de três pesquisas divulgadas no último fim de semana que apontavam o crescimento das intenções em permanecer na União Européia). 

Os índices das bolsas, que de segunda a quinta acumularam altas significativas, entre os fechamentos da sexta passada (17/06/2016) e desta última quinta (23/06/2016), desabaram nesta nesta sexta, após o resultado pela opção “Brexit” (com 51,9% dos votos). Ao longo do dia estamos verificando quedas acompanhadas de volumes elevados, nos principais mercados. Na Ásia e na Europa os principais índices já fecharam. Em Tóquio o índice Nikei fechou em queda de 7,92%, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt registrou queda de 6,82% e o CAC-40, da bolsa de Paris caiu 8,04%. Segundo estimativas da agência reuters, as ações mundiais perderam valor em mais de US$ 2 trilhões nesta sexta-feira. Com as commodities e moedas de países emergentes não foi diferente.

Se um amigo meu estivesse vendido em risco, seguindo as apostas pela permanência da Grã-Bretanha, numa hora dessas, diante desta ressaca dos mercados mundiais nesta sexta-feira, ele estaria amargando as suas perdas repetindo conformadamente a sua frase emblemática: “Tá no preço”. De fato, todo esse alvoroço nada mais é do que uma precificação que os agentes estão fazendo diante desta notícia que vem de encontro com a expectativa formada nos últimos dias a respeito da possibilidade de permanência da Grã-Bretanha na União Européia (alimentados pelas pesquisas divulgadas no último fim de semana). Com um pouquinho de atenção, pode-se notar que, de um modo geral, os mercados estão dando sequência aos movimentos observados até a sexta-feira passada, quando o “Brexit” era tido como o mais provável.

Por aqui as reações não foram muito diferentes, o Ibovespa abriu em gap de queda e permanece em queda, com negociações de volta aos níveis de sexta-feira passada. Por sua vez, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar está subindo (como se poderia esperar), mas devido a expectativa de intervenções por parte dos bancos centrais, visando amenizar os impactos da saída da Grã-Bretanha da União européia, logo após os primeiros 30 minutos de negócios observa-se que segue cotado abaixo dos níveis negociados na sexta-feira da semana passada (17/06/2016). Mas, o que chama a minha atenção é que, observando-se o contrato futuro de taxa de câmbio real por dólar comercial do mês de julho (WDON16), pode-se notar que ainda existe um pequeno gap, quase imperceptível, que aparece quando notamos a mínima (considerando o gráfico com intervalos de 15 minutos) nos últimos 15 minutos de negociação da quinta-feira da semana passada (16/06/2016) quando se atingiu a cotação de R$3.475,00/(1.000 US$). Os desdobramentos neste fim de semana determinarão se Ibovespa caminhará na direção de testar o suporte aos 48.000 pontos e se este pequeno gap em WDON16 se fechará logo, ou não.

O que isto significa? Significa que após a trégua dos últimos quatro dias, seguida pela euforia nos mercados, a aversão ao risco voltou, alimentada sobretudo pelo receio de contágio de saída da União Européia por parte dos italianos e franceses. O ouro, que chegou a subir mais de 8%, registrando a maior alta desde a crise de 2008, deixa claro que os temores estão em alta. O cenário externo desfavorável deverá ser acompanhado com muita atenção, sobretudo no tocante a possíveis anúncios de medidas intervencionistas por parte de bancos centrais e será determinístico na decisão sobre a taxa Selic, na próxima reunião do Copom, e  nos dirá muito sobre a percepção de Goldfajn e sua equipe.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Hedge com contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$



Nos mercados futuros negociam-se direitos sobre alguma mercadoria ou objeto financeiro. No Brasil, dentre as mercadorias negociadas destacam-se soja, café, milho e boi gordo enquanto que dentre os ativos financeiros há destaque para os contratos de DI 1 dia, dólar e Ibovespa.

Visando popularizar os mercados futuros, a BM&FBovespa disponibiliza contratos futuros mini de alguns desses ativos, como, por exemplo, o Ibovespa e o dólar comercial, que diferem dos contratos usuais pelo tamanho dos contratos, correspondendo a um percentual dos respectivos contratos padrões.

A utilização de mercados futuros como proteção, ou hedge, tem papel de destaque. Consideremos, a título de ilustração, o caso de um pequeno exportador que pode estar preocupado com a possibilidade de uma valorização da taxa de câmbio de real em relação ao dólar comercial, no momento (futuro) em que está para receber dólares e convertê-los para reais, que poderá ser tal que leve a um prejuízo nos seus negócios - considerando-se todos os custos e riscos envolvidos. Assim, ele poderia vender contratos futuros mini de taxa de câmbio de reais por dólar comercial (que é baseado na cotação de venda, divulgada pelo Bacen) visando se proteger ante a uma eventual perda decorrente da queda na cotação futura da taxa de câmbio de reais por dólar comercial. Os contratos futuros mini de taxa de câmbio de reais por dólar comercial são negociados com vencimentos mensais cotados em R$ por 1.000 (mil) US$, com uma casa decimal. O tamanho do contrato futuro mini de taxa de câmbio de reais por dólar comercial é de US$ 10,000.00. Desse modo, o volume de cada contrato futuro mini de taxa de câmbio de reais por dólar comercial é dado por R$/(1.000 x US$) x US$ 10,000.00. Ou seja, cada variação de R$ 1,00 na cotação do contrato futuro mini de taxa de câmbio de reais por dólar comercial corresponde a uma variação de R$ 10,00 na margem do contrato. A data de vencimento e liquidação se dá no primeiro dia útil do mês de vencimento do contrato e o último dia de negociação é o dia útil anterior à data de vencimento do contrato. Utiliza-se o prefixo WDO para se referir ao contrato futuro mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$). Os contratos são disponibilizados com vencimentos em todos os meses, utilizando-se, para cada mês, uma letra no código de negociação, para referenciar o referido mês: Janeiro (F), Fevereiro (G), Março (H), Abril (J), Maio (K), Junho (M), Julho (N), Agosto (Q), Setembro (U), Outubro (V), Novembro (X) e Dezembro (Z). Assim, por exemplo, o contrato futuro mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$) com vencimento em julho de 2016 é negociado com o código WDON16. Finalmente, as negociações ocorrem nos dias úteis das 9:00h às 18:00h

A operacionalização nos mercados futuros se dá através da utilização de margens, que essencialmente são um percentual do valor da operação e que são utilizadas como um mecanismo que oferece garantias de que os compromissos serão honrados. As margens definem o grau de alavancagem em um determinado mercado e variam de acordo com as mercadorias e ativos financeiros, de modo a refletirem os riscos associados.

Por exemplo, suponha que o nosso pequeno exportador esteja para receber US$ 100,000.00 em 01/07/2016 e que em 17/06/2016 ele tivesse vendido 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ (código WDON16) por R$ 3.460,00 / (1.000,00 x US$). Assim, o volume financeiro resultante da venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$), teria sido de R$ 346.000,00. Por se tratar de um valor que virá a ser recebido no futuro a cotação na data do vencimento poderá estar abaixo (o que daria lucro para o vendedor) ou acima (acarretando em prejuizo para o vendedor), uma margem inicial é então requerida, em geral de 15%, que no caso seria de R$5.109,00 por contrato, o que significa uma alavancagem de 1 para 6,67. Ao final de cada pregão, a BM&FBovespa determina o preço de ajuste para cada contrato em aberto, sobre o qual será feito o ajuste diário de todas as posições. No exemplo, o pequeno exportador disponibilizaria R$ 51.090,00 como margem de garantia. Vale ressaltar que títulos públicos federais e ações podem ser utilizados como margem de garantia, mas neste caso ficam bloqueados.

O ajuste diário das posições no dia em que é fechado o negócio se dá de acordo com a fórmula abaixo:

AD t = (PA t – PO) × (10.000 US$) × n

onde: AD t = valor do ajuste diário;
PAt = preço de ajuste do dia;
PO = preço da operação;
n = número de contratos.

O valor do ajuste diário (AD t), calculado de acordo com a fórmula acima, se positivo, é creditado ao comprador e debitado ao vendedor. Caso o valor seja negativo, será debitado ao comprador e creditado ao vendedor.

No caso de nosso pequeno exportador, o preço de ajuste em 17/06/2016 foi de R$ 3.439,2250 / (1.000 x US$), logo:

ADt = [R$ (3.439,2250 – 3.460,0000)/(1.000 x US$)] × (US$ 10,000.00) × 10 = -R$ 2.077,50.

Portanto, haveria um crédito na conta margem (pois o pequeno exportador de nosso exemplo está numa posição vendida), que passaria a ser (no dia 20/06/2016) de R$ 53.167,50 (R$ 51.090,00 + 2.077,50), após o ajustamento. Uma valorização de 4,07% na conta margem no dia 17/06/2016 (sem considerar corretagens e outras taxas).

Já com relação às posições em aberto, o ajustamento se dá de acordo com a fórmula:

AD t = (PA t – PA t–1) × (10.000 US$) × n

onde: PA t–1 = preço de ajuste do dia anterior.

Continuando o exemplo do nosso pequeno exportador, no final do dia 20/06/2016 o preço de ajuste foi de R$ 3.405,570/(1.000 x US$). Neste caso, o ajuste terá sido de:

ADt = [R$ (3.405,5700 – 3.439,2250)/(1.000 x US$)] × (10.000 US$) × 10 = -R$ 3.365,50.

Portanto, haveria um novo crédito na conta margem, que passaria a ser (no dia 21/06/2016) de R$ 56.533,00 (R$ 53.167,50+ 3.365,50) após o ajustamento. Uma valorização de 10,65% na conta margem do dia 17/06/2016 ao dia 20/06/2016 (sem considerar corretagens e outras taxas).

Na primeira hora de negociação no dia de hoje (21/06/2016) o preço do contrato futuro mini de R$/(1.000 x US$) alcançou a cotação mínima de R$ 3.365,00. Se, por exemplo, este menor preço da primeira hora de hoje vier a se confirmar como sendo a cotação de ajuste de hoje, então o ajuste ao final do dia seria de:

ADt = [R$ (3.365,00 - 3.405,5700)/(1.000 x US$)] × (10.000 US$) × 10 = -R$ 4.057,00.

Portanto, haveria um novo crédito na conta margem, que passaria a ser (no dia 22/06/2016) de R$ 60.590,00 (R$ 56.533,00+ 4.057,00) após o ajustamento. Assim, sob esta hipótese de se verificar o preço de ajuste do dia de hoje como sendo igual ao menor preço verificado na primeira hora de negociação de hoje, haverá, então, uma valorização de 18,59% na conta margem do dia 17/06/2016 ao dia 21/06/2016 (sem considerar corretagens e outras taxas).

E assim por diante...

Em 01/07/2016 voltaremos a comentar sobre esta operação deste pequeno exportador que vendeu 10 contratos futuros mini de R$/(1.000 x US$), analisando a trajetória de sua operação.

O contrato futuro mini de taxa de câmbio de R$/US$ poderia também ser utilizado como hedge por um importador, que deseja se proteger ante a uma determinada desvalorização do real em relação ao dólar comercial. Assim, um importador assumiria uma posição reversa à apresentada neste post, isto é, compraria contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$) visando se proteger.

Finalmente, vale observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado. Confira o aviso/disclaimer neste blog.