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terça-feira, 25 de agosto de 2009

POP da Bovespa

Este post foi originalmente publicado em 01/07/09, no Blog do Cristiano M. Costa e está reproduzido na íntegra aqui.

O POP (Proteção do Investimento com Participação) da BM&F-Bovespa, que é um derivativo que se propõe a atrair novos investidores para o mercado de ações, na medida em que limita as perdas no caso da queda do preço da ação em uma data alvo, mas que em contrapartida se apropria de parte dos ganhos no caso de uma elevação no preço da ação.

O POP envolve a compra de um determinado lote de uma ação, a compra de um lote do mesmo montante de opção de venda sobre a mesma ação e a venda de um percentual deste lote de opção de compra, sendo que as opções possuem o mesmo preço de exercício e ambas vencem na mesma data. Vale ressaltar que as opções de compra e as opções de venda negociadas no mercado brasileiro diferem quanto às possibilidades de seu exercício. As opções de compra podem ser exercidas a qualquer momento (são do tipo americanas) enquanto que as opções de venda só podem ser exercidas na data de vencimento (são do tipo européias), e por isso, caso deseje manter as suas características, o POP só pode ser exercido na data de vencimento, embora possa ser negociado a qualquer instante.

Para ilustrar o POP, consideremos os dados de fechamento do mercado, da última segunda-feira, 29 de junho de 2009. As cotações das ações da Vale (VALE5), das opções de compra da Vale (VALEH30) e as opções de venda da Vale (VALET30) - ambas com vencimento em 17 de agosto de 2009 e preço de exercício de R$30,00-, foram, respectivamente, R$30,30, R$2,29 e R$1,56. Desse modo, um POP sobre as ações da Vale, que oferece proteção ao seu comprador caso o preço da ação fique abaixo de R$30,00, com garantia de 70% dos ganhos e com vencimento em 17 de agosto de 2009, negociado como VALE70, poderia ser adquirido na ausência de arbitragens (e desconsiderando os custos de transação), por R$31,17.

Suponha que tenha sido adquirido um lote de 1.000 ações de VALE70 (que corresponde ao POP sobre a Vale descrito acima) por R$31.173,00. Se na data de vencimento do POP a ação VALE5 estiver cotada a R$25,00 então o investidor irá exercer a opção de venda e receberá [1.000 x R$30,00]=R$30.000,00. Se, por outro lado, a cotação da ação VALE5 estiver a R$35,00 então o titular das 300 opções de compra irá exercer o seu direito e, desse modo, o investidor receberá [300 x R$30,00]+[700 x R$35,00]=R$33.500,00 resultante do exercício de 300 opções de compra (pelo titular da mesma) e do valor de mercado das 700 ações remanescentes.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Exchange traded funds (ETFs)

ETF, sigla de Exchange Traded Fund (ETF) - também conhecidos como trackers -, são fundos de investimentos que possuem a característica ímpar de terem suas cotas negociadas em Bolsa, como se fossem ações de uma empresa. A principal idéia que está por trás dessa forma de investimento é a de democratizar o acesso aos pequenos investidores, na medida em que a aquisição de cotas destes fundos permitiriam aos mesmos tirarem proveito dos benefícios de uma carteira bem diversificada, ainda que com um pequeno volume de recursos.

Aqui no Brasil os ETFs foram lançados com a meta de alcançarem um desempenho semelhante ao de determinados índices de ações. Por exemplo, o PIBB11 que é constituído por uma carteira de ações que busca replicar em sua composição o IBrX-50, fechou nesta quarta-feira, 19 de agosto de 2009, com a cotação de R$78,70. Assim com menos de R$ 85,00 é possível adquirir uma “ação” (já considerando o custo de transação, uma vez que existem corretoras que cobram R$5,00 no mercado fracionário).

Analisar as perspectivas em tais investimentos corresponde, em essência, a analisar as perspectivas oferecidas pela bolsa, como um todo. Embora o consenso aponte que o pior da crise internacional já tenha passado, não podemos desconsiderar o fato de que o ritmo da desaceleração da economia mundial tem sido um pouco mais acentuado do que aqueles inicialmente previstos. Esse menor crescimento econômico do mundo acabará se refletindo no preço das commodities, com suas inevitáveis conseqüências não somente na redução nas exportações (cujas previsões recentes apontam para níveis ligeiramente inferiores às registrada em 2008) como também das importações, o que resultaria numa pequena queda no saldo externo.

Desse modo, é possível que como reflexo dos desdobramentos do atual cenário econômico, verifiquemos uma volatilidade ainda elevada acompanhada por um ritmo um pouco mais lento de recuperação nas cotações das ações, do que a verificada nos pregões do trimestre que foi de meados de março até meados de junho.

Ainda assim, eu ousaria arriscar que poderemos verificar um crescimento médio de 15% a 20% nas cotações dos papéis negociados na Bovespa-BMF até o final deste ano. Em outras palavras, é esta a expectativa que acredito que podemos ter de um investimento em uma carteira de ações bem diversificada, como seria de se esperar de um investimento em um ETF como o PIBB11 (projeção para 30 de dezembro de 2009: cotação entre R$ 95,00 e R$100,00, dado o cenário atual).

A primeira versão deste post foi publicada no Blog do Cristiano M. Costa, em 24/06/09.