segunda-feira, 20 de junho de 2016

Brexit em baixa, valorização do real e expectativas de inflação.


Três pesquisas realizadas no último fim de semana, e divulgadas a três dias do referendo (conhecido como Brexit), dão sinais de que os que os britânicos que são favoráveis à permanência da Grã Bretanha na União Européia estão ganhando força. o que se refletiu em um forte impulso à libra esterlina nesta segunda-feira (20/06), que chegou a subir 2,1%, atingindo a cotação máxima em relação ao dólar em três semanas, a US$ 1,4673. Aguardemos novos desdobramentos até quinta (23/06), dia do plebiscito, mas ao que parece, esta tendência deve se confirmar, o que já vem se refletindo em um certo alívio e ânimo para os mercados internacionais, com reflexos na Bovespa. As moedas, como um todo, também se valorizam em relação ao dólar. Por aqui não foi diferente, com valorização do real em relação ao dólar, cotado abaixo de R$ 3,40 – queda superior a 5% no mês de junho. Sem interferência do Bacen, o provável é que, em se confirmando a permanência da Grã Bretanha na União Européia, o real deverá continuar esse movimento de valorização em relação ao dólar... exceto, claro, por novidades no cenário político que tenham desdobramentos no governo Temer.

O socorro ao Estado do Rio de Janeiro ofuscou em parte o discusso de posse de Goldfajn, da segunda passada. O problema maior está no contágio para outros estados e seus possíveis impactos e desdobramentos na condução da política econômica, foi dada a largada para as renegociações das dívidas dos estados, mas é Meirelles que está no front desta batalha!

As expectativas dos analistas de mercado consultados pelo Boletim Focus, do Bacen, que pela quinta semana consecutiva revisam para cima as expectativas de inflação, medida de acordo com o IPCA, passando de 7,19% da semana retrasada, para 7,25%, mantendo as previsões para a taxa Selic ao final de 2016 em 13%... Estariam os analistas querendo testar a disposição de Goldfajn e sua equipe em "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2016, e assim ajustar a taxa Selic de modo que a inflação, medida pelo IPCA, não supere os 6,5%? A próxima reunião do Copom tem muito a nos dizer!