quarta-feira, 6 de julho de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Crisis? What crisis?
Tomei emprestado, para o título deste post, o nome do 4o álbum (de 1975) do Supertamp (uma de minhas bandas favoritas de rock progressivo)!
Acompanhamos a trajetória de um pequeno exportador que buscou se hedgear com a venda de contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ (confira a montagem da operação AQUI e a análise da evolução desta operação AQUI). Contratos futuros não são exclusivamente destinados a investidores com a finalidade de hedge. Consideremos um pequeno investidor que tivesse investido R$ 38.414,78 em 31/12/2015 na compra de Tesouro IPCA+2035 (ao preço de R$ 697,94 por cada unidade deste título público). Então este investidor teria, em 17/06/2016, R$ 51.090,00 (preço a R$ 928,23 por cada unidade deste título público), que poderia servir de margem inicial para a venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$. Ocorre que além de se beneficiar dos ganhos acumulados na conta margem, entre 17/06/2016 e 30/06/2016, que como vimos totalizaram R$ 25.020,00, também se beneficiaria da valorização de R$ 1.590,66 da sua aplicação, no mesmo período, no Tesouro IPCA+2035 (que em 30/06/2016 estava com o preço de R$ 957,13 por cada unidade desse título público). Assim, se o nosso pequeno investidor tivesse aplicado, em 30/12/2015, R$ 38.414,78 na compra do título público Tesouro IPCA+2035 e em 17/06/2016, tivesse utilizado o montante alcançado nesse título (no valor de R$50.900,00) como margem para a venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$, alcançaria, em 30/06/2016, um total de R$ 77.770,66, que representa um ganho acumulado de R$ 39.285,88, ou 102,27 % no primeiro semestre de 2016, envolvendo apenas duas operações!
Detalhe, se o nosso bem sucedido investidor tivesse investido em 22/01/2016, R$ 36.264,36 no Tesouro IPCA+2035 (quando ofereceu a maior taxa acima do IPCA em 2016, a 7,78% a.a., com preço de compra de R$658.87), alcançaria o mesmo montante final de R$ 77.770,66, em 30/06/2016, o que representa um ganho acumulado de R$ 41.436,30, ou 114,26% em pouco mais de 5 meses!
Tesouro IPCA+2035... estudaremos mais sobre este e outros títulos publicos oferecidos pelo Tesouro Direto (confira o excelente site do Tesouro Direto AQUI) em futuros posts aqui neste blog!
Vale lembrar que é fundamental fazer uma análise de risco cuidadosa e detalhada de cada operação, o que também será objeto de estudo de futuros posts aqui neste blog!
Finalmente, vale
observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões
pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de
investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado.
Confira o aviso/disclaimer neste
blog.
Hedge com contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ (final)
Em 22/06/2016 (AQUI) foi apresentado uma operação envolvendo contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$, onde ilustramos a situação de um exportador que estava preocupado com a possibilidade de valorização da taxa de câmbio do real em relação ao dólar comercial até o momento (futuro) em que estava para receber dólares e convertê-los para reais (em 01/07/2016) .
Consideramos a possibilidade de que o nosso pequeno exportador estivesse aguardando receber US$ 100,000.00 em 01/07/2016 e, visando se proteger ante a uma eventual perda decorrente da valorização na cotação futura da taxa de câmbio de reais por dólar comercial, tenha decidido (em 17/06/2016) vender 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ com vencimento em 01/07/2016 (código WDON16) por R$ 3.460,00 / (1.000 x US$). Vimos que apesar do volume financeiro da operação ter sido de R$ 346.000,00 era necessário que se dispusesse apenas de 15% desse valor, R$ 51.090,00 para ser utilizado como margem inicial nesta operação.
A tabela a seguir apresenta, de 17/06/2016 até 30/06/2016, o preço de ajuste, o valor de ajuste e a posição na conta margem e a valorização/desvalorização acumulada na conta margem, lembrando que como o nosso exportador está numa posição vendida então ajustes negativos representam créditos e ajustes positivos representam débitos em sua conta margem.
As fórmulas utilizadas para o cálculo do valor do ajuste diário no dia em que a operação é montada e nos dias subsequentes (que prevalecem até a data anterior ao vencimento) foram apresentadas no post anterior (AQUI).
Tabela 1 - Acompanhamento da conta margem do nosso exportador
Data Preço de ajuste Valor do ajuste Posição na Valorização/
[R$/(1.000 US$)] diário (R$) conta desvalorização
margem (R$) acumulada
17/06/2016 3.439,2250 -2.077,50 53.167,50 4,07 %
20/06/2016 3.405,5700 -3.365,50 56.533,00 10,65 %
21/06/2016 3.402,789 -278,10 56.811,10 11,20 %
22/06/2016 3.385,442 -1.734,70 58.545,80 14,59 %
23/06/2016 3.358,494 -2.694,80 61.240,60 19,87 %
24/06/2016 3.380,278 2.178,40 59.062,20 15,60 %
27/06/2016 3.402,573 2.229,50 56.832,70 11,24 %
28/06/2016 3.307,459 -4.511,40 61.344,10 20,07 %
29/06/2016 3.245,142 -11.231,70 72.575,80 42,05 %
30/06/2016 3.209,800 -3.534,20 76.110,00 48,97 %
Fonte dos preços de ajuste do contrato futuro mini de taxa de câmbio R$/US$: BMF&Bovespa.
Assim, o nosso pequeno exportador acumularia um ganho de R$ 25.020,00 na venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ e se vendesse os US$ 100,000.00 recebidos neste dia 01/07/2016 pela cotação de abertura (R$ 3,2244 / US$, às 09:09) teria em sua conta R$ 347.460,00 (soma dos ganhos decorrentes da venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio R$/US$ com a venda dos US$ 100,000.00), valor 0,42% acima dos R$ 346.000,00 que ele desejou alcançar quando montou a sua operação de hedge.
Finalmente, vale observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado. Confira o aviso/disclaimer neste blog.
Finalmente, vale observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado. Confira o aviso/disclaimer neste blog.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Brexit precificado.
A decisão pela saída da Grã-Bretanha da União Européia quebrou o ritmo da euforia desencadeada nos mercados mundo afora desde o início da semana (após o resultado de três pesquisas divulgadas no último fim de semana que apontavam o crescimento das intenções em permanecer na União Européia).
Os índices das bolsas, que de segunda a quinta acumularam altas significativas, entre os fechamentos da sexta passada (17/06/2016) e desta última quinta (23/06/2016), desabaram nesta nesta sexta, após o resultado pela opção “Brexit” (com 51,9% dos votos). Ao longo do dia estamos verificando quedas acompanhadas de volumes elevados, nos principais mercados. Na Ásia e na Europa os principais índices já fecharam. Em Tóquio o índice Nikei fechou em queda de 7,92%, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt registrou queda de 6,82% e o CAC-40, da bolsa de Paris caiu 8,04%. Segundo estimativas da agência reuters, as ações mundiais perderam valor em mais de US$ 2 trilhões nesta sexta-feira. Com as commodities e moedas de países emergentes não foi diferente.
Se um amigo meu estivesse vendido em risco, seguindo as apostas pela permanência da Grã-Bretanha, numa hora dessas, diante desta ressaca dos mercados mundiais nesta sexta-feira, ele estaria amargando as suas perdas repetindo conformadamente a sua frase emblemática: “Tá no preço”. De fato, todo esse alvoroço nada mais é do que uma precificação que os agentes estão fazendo diante desta notícia que vem de encontro com a expectativa formada nos últimos dias a respeito da possibilidade de permanência da Grã-Bretanha na União Européia (alimentados pelas pesquisas divulgadas no último fim de semana). Com um pouquinho de atenção, pode-se notar que, de um modo geral, os mercados estão dando sequência aos movimentos observados até a sexta-feira passada, quando o “Brexit” era tido como o mais provável.
Por aqui as reações não foram muito diferentes, o Ibovespa abriu em gap de queda e permanece em queda, com negociações de volta aos níveis de sexta-feira passada. Por sua vez, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar está subindo (como se poderia esperar), mas devido a expectativa de intervenções por parte dos bancos centrais, visando amenizar os impactos da saída da Grã-Bretanha da União européia, logo após os primeiros 30 minutos de negócios observa-se que segue cotado abaixo dos níveis negociados na sexta-feira da semana passada (17/06/2016). Mas, o que chama a minha atenção é que, observando-se o contrato futuro de taxa de câmbio real por dólar comercial do mês de julho (WDON16), pode-se notar que ainda existe um pequeno gap, quase imperceptível, que aparece quando notamos a mínima (considerando o gráfico com intervalos de 15 minutos) nos últimos 15 minutos de negociação da quinta-feira da semana passada (16/06/2016) quando se atingiu a cotação de R$3.475,00/(1.000 US$). Os desdobramentos neste fim de semana determinarão se Ibovespa caminhará na direção de testar o suporte aos 48.000 pontos e se este pequeno gap em WDON16 se fechará logo, ou não.
O que isto significa? Significa que após a trégua dos últimos quatro dias, seguida pela euforia nos mercados, a aversão ao risco voltou, alimentada sobretudo pelo receio de contágio de saída da União Européia por parte dos italianos e franceses. O ouro, que chegou a subir mais de 8%, registrando a maior alta desde a crise de 2008, deixa claro que os temores estão em alta. O cenário externo desfavorável deverá ser acompanhado com muita atenção, sobretudo no tocante a possíveis anúncios de medidas intervencionistas por parte de bancos centrais e será determinístico na decisão sobre a taxa Selic, na próxima reunião do Copom, e nos dirá muito sobre a percepção de Goldfajn e sua equipe.
Os índices das bolsas, que de segunda a quinta acumularam altas significativas, entre os fechamentos da sexta passada (17/06/2016) e desta última quinta (23/06/2016), desabaram nesta nesta sexta, após o resultado pela opção “Brexit” (com 51,9% dos votos). Ao longo do dia estamos verificando quedas acompanhadas de volumes elevados, nos principais mercados. Na Ásia e na Europa os principais índices já fecharam. Em Tóquio o índice Nikei fechou em queda de 7,92%, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt registrou queda de 6,82% e o CAC-40, da bolsa de Paris caiu 8,04%. Segundo estimativas da agência reuters, as ações mundiais perderam valor em mais de US$ 2 trilhões nesta sexta-feira. Com as commodities e moedas de países emergentes não foi diferente.
Se um amigo meu estivesse vendido em risco, seguindo as apostas pela permanência da Grã-Bretanha, numa hora dessas, diante desta ressaca dos mercados mundiais nesta sexta-feira, ele estaria amargando as suas perdas repetindo conformadamente a sua frase emblemática: “Tá no preço”. De fato, todo esse alvoroço nada mais é do que uma precificação que os agentes estão fazendo diante desta notícia que vem de encontro com a expectativa formada nos últimos dias a respeito da possibilidade de permanência da Grã-Bretanha na União Européia (alimentados pelas pesquisas divulgadas no último fim de semana). Com um pouquinho de atenção, pode-se notar que, de um modo geral, os mercados estão dando sequência aos movimentos observados até a sexta-feira passada, quando o “Brexit” era tido como o mais provável.
Por aqui as reações não foram muito diferentes, o Ibovespa abriu em gap de queda e permanece em queda, com negociações de volta aos níveis de sexta-feira passada. Por sua vez, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar está subindo (como se poderia esperar), mas devido a expectativa de intervenções por parte dos bancos centrais, visando amenizar os impactos da saída da Grã-Bretanha da União européia, logo após os primeiros 30 minutos de negócios observa-se que segue cotado abaixo dos níveis negociados na sexta-feira da semana passada (17/06/2016). Mas, o que chama a minha atenção é que, observando-se o contrato futuro de taxa de câmbio real por dólar comercial do mês de julho (WDON16), pode-se notar que ainda existe um pequeno gap, quase imperceptível, que aparece quando notamos a mínima (considerando o gráfico com intervalos de 15 minutos) nos últimos 15 minutos de negociação da quinta-feira da semana passada (16/06/2016) quando se atingiu a cotação de R$3.475,00/(1.000 US$). Os desdobramentos neste fim de semana determinarão se Ibovespa caminhará na direção de testar o suporte aos 48.000 pontos e se este pequeno gap em WDON16 se fechará logo, ou não.
O que isto significa? Significa que após a trégua dos últimos quatro dias, seguida pela euforia nos mercados, a aversão ao risco voltou, alimentada sobretudo pelo receio de contágio de saída da União Européia por parte dos italianos e franceses. O ouro, que chegou a subir mais de 8%, registrando a maior alta desde a crise de 2008, deixa claro que os temores estão em alta. O cenário externo desfavorável deverá ser acompanhado com muita atenção, sobretudo no tocante a possíveis anúncios de medidas intervencionistas por parte de bancos centrais e será determinístico na decisão sobre a taxa Selic, na próxima reunião do Copom, e nos dirá muito sobre a percepção de Goldfajn e sua equipe.
terça-feira, 21 de junho de 2016
Hedge com contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$
Nos mercados futuros
negociam-se direitos sobre alguma mercadoria ou objeto financeiro. No
Brasil, dentre as mercadorias negociadas destacam-se soja, café,
milho e boi gordo enquanto que dentre os ativos financeiros há
destaque para os contratos de DI 1 dia, dólar e Ibovespa.
Visando popularizar os mercados futuros, a BM&FBovespa disponibiliza contratos futuros mini de alguns desses ativos, como, por exemplo, o Ibovespa e o dólar comercial, que diferem dos contratos usuais pelo tamanho dos contratos, correspondendo a um percentual dos respectivos contratos padrões.
A utilização de
mercados futuros como proteção, ou hedge, tem papel de destaque.
Consideremos, a título de ilustração, o caso de um pequeno
exportador que pode estar preocupado com a possibilidade de uma
valorização da taxa de câmbio de real em relação ao dólar
comercial, no momento (futuro) em que está para receber dólares e
convertê-los para reais, que poderá ser tal que leve a um prejuízo
nos seus negócios - considerando-se todos os custos e riscos
envolvidos. Assim, ele poderia vender contratos futuros mini de taxa
de câmbio de reais por dólar comercial (que é baseado na cotação
de venda, divulgada pelo Bacen) visando se proteger ante a uma
eventual perda decorrente da queda na cotação futura da taxa de
câmbio de reais por dólar comercial. Os contratos futuros mini de
taxa de câmbio de reais por dólar comercial são negociados com
vencimentos mensais cotados em R$ por 1.000 (mil) US$,
com uma casa decimal.
O tamanho do contrato futuro mini de taxa de câmbio de reais por
dólar comercial é de US$
10,000.00. Desse
modo, o volume de cada contrato futuro mini de taxa de câmbio de
reais por dólar comercial é dado por R$/(1.000 x US$)
x US$ 10,000.00.
Ou seja, cada variação de R$ 1,00
na cotação do contrato futuro mini
de taxa
de câmbio de reais por dólar comercial
corresponde a uma
variação de R$ 10,00
na margem do
contrato. A data de vencimento e liquidação se dá no
primeiro dia útil do mês de vencimento do contrato
e o último dia de negociação é o dia útil anterior à data de
vencimento do contrato.
Utiliza-se o prefixo WDO
para se referir ao contrato futuro mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$). Os contratos são
disponibilizados com vencimentos em todos os meses, utilizando-se,
para cada mês, uma letra no código de negociação, para
referenciar o referido mês: Janeiro
(F), Fevereiro (G), Março (H), Abril (J), Maio (K), Junho (M), Julho
(N), Agosto (Q), Setembro (U), Outubro (V), Novembro (X) e Dezembro
(Z). Assim,
por exemplo, o contrato futuro mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$) com vencimento em julho
de 2016 é negociado com o código WDON16. Finalmente, as
negociações
ocorrem
nos dias úteis das
9:00h às 18:00h
A operacionalização
nos mercados futuros se dá através da utilização de margens, que
essencialmente são um percentual do valor da operação e que são
utilizadas como um mecanismo que oferece garantias de que os
compromissos serão honrados. As margens definem o grau de
alavancagem em um determinado mercado e variam de acordo com as
mercadorias e ativos financeiros, de modo a refletirem os riscos
associados.
Por exemplo, suponha
que o nosso pequeno exportador esteja para receber US$ 100,000.00 em
01/07/2016 e que em 17/06/2016 ele tivesse vendido 10 contratos
futuros mini de taxa de câmbio de R$/US$ (código WDON16) por R$
3.460,00 / (1.000,00 x US$). Assim, o volume financeiro resultante da
venda de 10 contratos futuros mini de taxa de câmbio de R$/(1.000 x US$),
teria sido de R$ 346.000,00. Por se tratar de um valor que virá a
ser recebido no futuro a cotação na data do vencimento poderá
estar abaixo (o que daria lucro para o vendedor) ou acima
(acarretando em prejuizo para o vendedor), uma margem inicial é
então requerida, em geral de 15%, que no caso seria de R$5.109,00
por contrato, o que significa uma alavancagem de 1 para 6,67. Ao
final de cada pregão, a BM&FBovespa determina o preço de ajuste
para cada contrato em aberto, sobre o qual será feito o ajuste
diário de todas as posições. No exemplo, o pequeno exportador
disponibilizaria R$ 51.090,00 como margem de garantia. Vale ressaltar
que títulos públicos federais e ações podem ser utilizados como
margem de garantia, mas neste caso ficam bloqueados.
O ajuste diário das
posições no dia em que é fechado o negócio se dá de acordo com a
fórmula abaixo:
AD t = (PA t – PO) ×
(10.000 US$) × n
onde: AD t = valor do
ajuste diário;
PAt = preço de ajuste
do dia;
PO = preço da
operação;
n = número de contratos.
O valor do ajuste
diário (AD t), calculado de acordo com a fórmula acima, se
positivo, é creditado ao comprador e debitado ao vendedor. Caso o
valor seja negativo, será debitado ao comprador e creditado ao
vendedor.
No caso de nosso
pequeno exportador, o preço de ajuste em 17/06/2016 foi de R$
3.439,2250 / (1.000 x US$), logo:
ADt = [R$ (3.439,2250 –
3.460,0000)/(1.000 x US$)] × (US$ 10,000.00) × 10 = -R$ 2.077,50.
Portanto, haveria um
crédito na conta margem (pois o pequeno exportador de nosso exemplo
está numa posição vendida), que passaria a ser (no dia 20/06/2016)
de R$ 53.167,50 (R$ 51.090,00 + 2.077,50), após o ajustamento. Uma
valorização de 4,07% na conta margem no dia 17/06/2016 (sem
considerar corretagens e outras taxas).
Já com relação às
posições em aberto, o ajustamento se dá de acordo com a fórmula:
AD t = (PA t – PA t–1)
× (10.000 US$) × n
onde: PA t–1 = preço
de ajuste do dia anterior.
Continuando o exemplo
do nosso pequeno exportador, no final do dia 20/06/2016 o preço de
ajuste foi de R$ 3.405,570/(1.000 x US$). Neste caso, o ajuste terá
sido de:
ADt = [R$ (3.405,5700 –
3.439,2250)/(1.000 x US$)] × (10.000 US$) × 10 = -R$ 3.365,50.
Portanto, haveria um
novo crédito na conta margem, que passaria a ser (no dia 21/06/2016)
de R$ 56.533,00 (R$ 53.167,50+
3.365,50) após o ajustamento. Uma valorização de 10,65% na conta
margem do dia 17/06/2016 ao dia 20/06/2016 (sem considerar
corretagens e outras taxas).
Na primeira hora de
negociação no dia de hoje (21/06/2016) o preço do contrato futuro
mini de R$/(1.000 x US$) alcançou a cotação mínima de R$
3.365,00. Se, por exemplo, este menor preço da primeira hora de hoje
vier a se confirmar como sendo a cotação de ajuste de hoje, então
o ajuste ao final do dia seria de:
ADt = [R$ (3.365,00 -
3.405,5700)/(1.000 x US$)] × (10.000 US$) × 10 = -R$ 4.057,00.
Portanto, haveria um
novo crédito na conta margem, que passaria a ser (no dia 22/06/2016)
de R$ 60.590,00 (R$ 56.533,00+
4.057,00) após o ajustamento. Assim, sob esta hipótese de se
verificar o preço de ajuste do dia de hoje como sendo igual ao menor
preço verificado na primeira hora de negociação de hoje, haverá,
então, uma valorização de 18,59% na conta margem do dia 17/06/2016
ao dia 21/06/2016 (sem considerar corretagens e outras taxas).
E assim por diante...
Em 01/07/2016 voltaremos a comentar
sobre esta operação deste pequeno exportador que vendeu 10
contratos futuros mini de R$/(1.000 x US$), analisando a trajetória de sua
operação.
O contrato futuro mini
de taxa de câmbio de R$/US$ poderia também ser utilizado como hedge
por um importador, que deseja se proteger ante a uma determinada
desvalorização do real em relação ao dólar comercial. Assim, um
importador assumiria uma posição reversa à apresentada neste post,
isto é, compraria contratos futuros mini de taxa de câmbio de
R$/(1.000 x US$) visando se proteger.
Finalmente, vale
observar que as informações contidas neste post são apenas estudos ou opiniões
pessoais e não representam, de maneira alguma, recomendações de
investimento, isentando o Paulo C. Coimbra's Blog de qualquer responsabilidade resultante da tomada de decisão financeira com base no conteúdo aqui apresentado.
Confira o aviso/disclaimer neste
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segunda-feira, 20 de junho de 2016
Brexit em baixa, valorização do real e expectativas de inflação.
Três pesquisas
realizadas no último fim de semana, e divulgadas a três dias do
referendo (conhecido como Brexit), dão sinais de que os que os
britânicos que são favoráveis à permanência da Grã Bretanha na
União Européia estão ganhando força. o que se refletiu em um
forte impulso à libra esterlina nesta segunda-feira (20/06), que
chegou a subir 2,1%, atingindo a cotação máxima em relação ao
dólar em três semanas, a US$ 1,4673. Aguardemos novos
desdobramentos até quinta (23/06), dia do plebiscito, mas ao que
parece, esta tendência deve se confirmar, o que já vem se
refletindo em um certo alívio e ânimo para os mercados
internacionais, com reflexos na Bovespa. As moedas, como um todo,
também se valorizam em relação ao dólar. Por aqui não foi
diferente, com valorização do real em relação ao dólar, cotado
abaixo de R$ 3,40 – queda superior a 5% no mês de junho. Sem
interferência do Bacen, o provável é que, em se confirmando a
permanência da Grã Bretanha na União Européia, o real deverá
continuar esse movimento de valorização em relação ao dólar...
exceto, claro, por novidades no cenário político que tenham
desdobramentos no governo Temer.
O socorro ao Estado
do Rio de Janeiro ofuscou em parte o discusso de posse de Goldfajn,
da segunda passada. O problema maior está no contágio para outros
estados e seus possíveis impactos e desdobramentos na condução da
política econômica, foi dada a largada para as renegociações das dívidas dos estados, mas é Meirelles que está no front desta batalha!
As
expectativas dos analistas de mercado consultados pelo Boletim Focus,
do Bacen, que pela quinta semana consecutiva revisam para cima as
expectativas de inflação, medida de acordo com o IPCA, passando de
7,19% da semana retrasada, para 7,25%, mantendo as previsões para a
taxa Selic ao final de 2016 em 13%... Estariam os analistas querendo
testar a disposição de Goldfajn e sua equipe em "circunscrever"
o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional
(CMN) para 2016, e assim ajustar a taxa Selic de modo que a inflação,
medida pelo IPCA, não supere os 6,5%? A próxima reunião do Copom
tem muito a nos dizer!
domingo, 19 de junho de 2016
Minecraft -- keep calm and code on: Stephen Foster at TEDxUCSD
Segunda guerra mundial, Alan Turing, criptografia, von Neumman, bomba atômica, Wilson Churchil, computação... e Minecraft!
Vale à pena assistir este vídeo de Stephen Foster da University of California at San Diego para a TED...
E vale ainda mais à pena aprender a fazer código, a programar... Minecraft é um bom início para todos! Alguns de meus posts serão sobre códigos, linguagens de programação, softwares, apps... com viés para economia e finanças, naturalmente... E, naturalmente, Minecraft mods!
sábado, 18 de junho de 2016
De volta ao tripé econômico: os desafios da equipe de Temer
Este é o titulo do artigo que escrevi, sobre a atual conjuntura econômica, publicado hoje (18/06/2016) na Revista Voto.
Confira no link abaixo:
http://www.revistavoto.com.br/site/noticias_interna.php?id=6802&t=De_volta_ao_tripe_economico_os_desafios_da_equipe_de_Temer
Confira no link abaixo:
http://www.revistavoto.com.br/site/noticias_interna.php?id=6802&t=De_volta_ao_tripe_economico_os_desafios_da_equipe_de_Temer
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O meu twitter é @pccoimbra. Basta você clicar em seguir (follow) e pronto.
No meu twitter (@pccoimbra) você vai ler sobre assuntos que não estarão aqui no blog, com entradas mais curtas e links para assuntos que cercam o meu universo e como eu os enxergo.
É um "microblog" mais descontraido, onde discuto não somente sobre economia e financas, mas também sobre política, futebol (destacadamente sobre o meu querido Flamengo), cinema, música, enfim, sobre tudo o que me interessa e sob um ponto de vista bastante peculiar: o meu!
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Você sempre pode entrar em contato diretamente via email.
O meu e-mail é: pc.coimbra@gmail.com.
Quando você ler algo interessante, tiver uma sugestão, crítica, etc, basta mandar um email.
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Essa forma é muito simples, basta você ir até ali na barra lateral, colocar seu email no espaço indicado e clicar Submeter! Uma telinha vai abrir, você confirma as letras embaralhadas e pronto. Assim, você receberá os posts publicados na sua caixa de e-mails.
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Basta procurar pela janelinha do Facebook ali na barra lateral do blog onde diz "Curta o Blog no Facebook" e clicar no botãozinho que diz "Like" ou "Curtir"... Ou então clique AQUI.
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